São Paulo, setembro de 2021 – O segundo semestre do ano é considerado o período com os melhores ventos no Brasil e os meses de junho a novembro são o ápice do que o mercado classifica como safra dos ventos. Especialmente neste ano que o país atravessa uma das mais severas crises hídricas de sua história, a fonte eólica tornou-se imprescindível para garantir o fornecimento de energia. 

Durante a safra dos ventos, o país registra recordes de geração e em agosto deste ano não foi diferente. A fonte gerou 11.680 MW médios assegurando 104,4 de toda a demanda da região nordeste que foi atendida pela energia dos ventos, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS). Atualmente, a geração eólica é responsável por mais de 10% da energia  injetada consumida no Brasil e a expectativa é que durante este período de ventos mais constantes e fortes a fonte aumenta a participação na matriz se aproximando de 20%. 

“Nós vamos expandir a capacidade instalada para 30 GW até 2024. Isto, com base em contratos de leilões já realizados e obras em andamento, não são apenas expectativas. Temos adicionado, em média, 3 GW de capacidade instalada por ano”, afirma Élbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Elétrica (Abeeólica).

“A capacidade contratada da fonte eólica, segundo dados da Abeeólica, é de 10,9 GW, provenientes de 305 empreendimentos, esses números evidenciam que a geração por meio dos ventos permanecerá sendo estratégica para o Brasil nos próximos anos”, adianta  Renato Amaral, sócio da RFA Holding e fundador da Renova Energia, uma das pioneiras na geração eólica no país. O executivo arremata que o investimento na diversificação da matriz foi fundamental para garantir o abastecimento do país em meio a atual crise de hidroeletricidade.