Joseph (ou José) Safra faleceu nesta quinta-feira (10). Aos 82 anos de idade, o fundador do Banco Safra, homem mais rico do Brasil e banqueiro mais rico do mundo morreu por causas naturais, indica nota enviada pelo Banco Safra. Safra deixa a esposa Vicky Sarfaty, com quem se casou em 1969, quatro filhos e 14 netos.

“Homem afável e perspicaz, dedicou sua vida à família, aos amigos, aos negócios e causas sociais. Foi um grande banqueiro, um verdadeiro empreendedor que construiu o Grupo Safra no mundo, obtendo sucesso por sua seriedade e visão de negócios. Foi um grande líder e muito respeitado dentro e fora da organização. Viveu uma vida exemplar, simples e reservada, sem ostentação, longe da exposição geral”, afirma a nota de falecimento. “Seu José deixa um legado a ser seguido por muitas gerações. À família e aos amigos, Seu José deixa seus ensinamentos e grande saudade.”

Quem foi Joseph Safra

Joseph Safra nasceu em Beirute, Líbano, e deixou seu país natal para tentar a vida na América Latina, seguindo o ofício de sua família. Aqui, começou a ser chamado pelo brasileiríssimo nome José.

Safra é descendente de uma longa linhagem de banqueiros, que financiavam e faziam o câmbio de moedas e ouro entre mercadores da Europa, Império Otomano, África e a Ásia. José trabalhou desde cedo no banco de seu pai, que veio a São Paulo para fundar o Banco Safra. Hoje, é a 4ª maior instituição financeira privada do país.

O sucesso de Safra tem raízes em seu extremo conservadorismo financeiro: seguindo os ensinamentos do pai, o banqueiro detesta riscos e mantinha liquidez necessária para que o banco seja reconhecido exatamente por isso.

Lenta e constantemente, Safra acumulou riqueza sempre pensando no longuíssimo prazo. Os resultados podem ser medidos no presente. Sua fortuna supera a de qualquer outro brasileiro. Mas Safra se destaca também em outra briga de gigantes: ele é o banqueiro mais rico do mundo, com um patrimônio de US$ 20,4 bilhões.

Aos 82 anos, Safra saiu dos holofotes, deixando o comando do banco para seus filhos. Até seu falecimento, o banqueiro passava mais tempo em sua mansão de 11 mil m² no bairro paulistano do Morumbi. Fora do setor financeiro, o sobrenome Safra também é reconhecido no meio filantrópico, com doações para hospitais, museus e à comunidade judaica.