Apesar do clima cinzento e da chuva em Paris, o terceiro dia da Semana de Moda Feminina foi uma verdadeira celebração do verão e das flores. As passarelas, na quarta-feira, 25 de setembro, foram tomadas por cores vibrantes e estampas florais, apresentando o que será tendência na Primavera-Verão 2025. Segundo Adriana Serafim Verbicario Dos Santos, consultora de moda e especialista em tendências, os criadores mostraram que as flores, em todas as suas formas e estilos, serão o principal símbolo da próxima estação.

“As flores dominaram as passarelas, cada estilista trazendo sua própria interpretação do verão,” comenta Adriana. Zomer, por exemplo, trouxe uma explosão de cores, enquanto Cécile Bahnsen optou por uma estética mais etérea e romântica. Já a Rochas apostou no clássico e elegante, e a Acne Studios preferiu algo mais sutil e distorcido, usando as flores de forma quase camuflada.

Cécile Bahnsen: Elegância Etérea com Toques de Aventura

Após explorar o couro em sua última coleção, Cécile Bahnsen voltou a sua assinatura mais suave, com rendas e transparências que destacam a leveza e o romantismo. Adriana destaca a colaboração da estilista dinamarquesa com The North Face, que trouxe um contraste interessante entre o mundo da moda e o universo das aventuras ao ar livre.

“Essa combinação de moda sofisticada com elementos funcionais de alpinismo, como casacos técnicos e tênis de trilha, foi uma escolha ousada. As flores e rendas delicadas misturadas com o universo da montanha criam uma dualidade fascinante,” explica Adriana. As peças da coleção também incorporaram grandes bolsas de esportes da The North Face, usadas pelas modelos em um contraste de elegância e funcionalidade.

Zomer: A Explosão de Cores e Criatividade

A jovem marca Zomer trouxe um sopro de frescor às passarelas, com uma coleção repleta de flores 3D, cores vibrantes e materiais diversos como camurça e algodão plastificado. Para Adriana Serafim Verbicario Dos Santos, o destaque da Zomer está na sua capacidade de equilibrar o ousado com o comercial.

“Os looks com flores plantadas em locais inesperados, como nas regiões genitais, chocaram, mas ao mesmo tempo destacaram o poder de provocação da moda. E por trás desse impacto visual, a marca também apresentou ideias criativas e usáveis, como as peças com remendos intercambiáveis,” comenta Adriana.

Rochas e Acne Studios: A Sobriedade na Interpretação Floral

Se Zomer optou pela exuberância, Rochas e Acne Studios apresentaram uma abordagem mais discreta. A segunda coleção de Alessandro Vigilante para a Rochas foi uma homenagem ao período entre 1925 e 1950, com referências às fotos de Marcel Rochas na praia. Adriana destaca a leveza e a elegância das peças, com rendas, cetins e estampas que criam uma elegância fácil, sem exageros.

Já na Acne Studios, as flores foram tratadas de forma mais sutil e enigmática, aparecendo em estampas distorcidas, quase imperceptíveis. “As flores na Acne Studios foram usadas como um detalhe escondido, distorcidas em materiais como couro e látex, criando um ar de mistério e sofisticação,” explica Adriana. Essa coleção trouxe uma sensação de estranheza que transforma elementos do cotidiano em peças de moda surpreendentes.